

A missão que nasce do amor: conheça Maria de Fátima
Nascida em uma pequena cidade do interior do Ceará, Maria de Fátima cresceu cercada por sonhos e simplicidade. Desde cedo, via na irmã mais velha um espelho de fé e propósito. Enquanto a irmã sonhava em ser missionária, ela observava em silêncio — sem saber que, um dia, também seria chamada para as águas.
A irmã foi enviada ao projeto Campos Brancos, liderado pela missionária Kellem Gaspar, e tempos depois casou-se na região do Marajó, no Pará. Maria de Fátima viajou até lá para o casamento. Ficaria apenas por uns dias. Mas Deus tinha outros planos.
Durante os dois meses em que permaneceu na região, se encantou com o trabalho realizado com as comunidades ribeirinhas — uma realidade tão dura quanto esquecida. Em março de 2023, ela aceitou o convite para ficar e iniciar sua jornada missionária.
Desde então, Maria vive em uma base instalada em uma das áreas mais remotas do Marajó. Ali, ela e outra missionária atuam em plena parceria — sem hierarquia, sem vaidade, dividindo igualmente as responsabilidades e os desafios diários.
Todos os dias, elas navegam pelos rios para buscar crianças nas comunidades mais distantes, utilizando um pequeno barco com capacidade para apenas sete pessoas — duas delas são as próprias missionárias. Como o combustível e os recursos são limitados, precisam alternar os grupos: em um dia, levam uma turma; no outro, outra.
As crianças atendidas vivem em um contexto de extrema vulnerabilidade. Em algumas dessas comunidades, meninas de apenas 12 anos já são entregues para casamento. O trabalho infantil é comum. A assistência médica e os mercados mais próximos estão a horas de distância, na cidade de Portel. Há pouco tempo, foi inaugurado um pequeno posto de saúde, a cerca de uma hora da base — um avanço, mas ainda muito pouco para a necessidade local.
De vez em quando, barcos vindos da cidade passam vendendo alimentos e itens básicos para os ribeirinhos, mas os preços são mais altos, e o acesso, incerto.
Na base missionária, as duas vivem com o apoio de uma placa solar, que garante energia suficiente para manter freezers e equipamentos básicos funcionando. Mas, nas épocas de chuva, a geração de energia se torna instável. Luz e alimento precisam ser cuidadosamente administrados.
Apesar disso, todos os dias a base se enche de vida. As crianças recebem reforço escolar, participam de cultos temáticos e aprendem sobre Jesus. São momentos que marcam — tanto a elas quanto às missionárias.
Maria se recorda de um dia em que o rio ficou trancado por vegetação e lama. Sem poder seguir de barco, ela e sua companheira de missão deixaram a embarcação e seguiram a pé, pela mata, para buscar as crianças.
Em outra ocasião, uma forte chuva impediu a travessia. No dia seguinte, ao conseguir retornar, uma mãe a abordou:
“Minha filha acordou às quatro da manhã. Vocês iam buscar às oito. Ela esperou animada… ficou triste quando vocês não vieram.”
A criança, ao encontrar Fátima, correu para abraçá-la e perguntou:
“Tia, por que você não veio ontem? Eu queria tanto ir...”
Atualmente, o maior sonho de Maria é conseguir um barco maior. Um que permita levar mais crianças por viagem, garantindo a elas mais acesso, mais cuidado e mais oportunidades. Porque, para muitas delas, aquele culto, aquela refeição e aquela palavra de esperança são o único respiro em meio a uma infância marcada por abandono e exploração.






































































Pastor Presidente
Pr Ival Teodoro da Silva e Pra Cida Alves
Pastor Local
Pr Fábio Tenório e
Pra Sidelma Tenório


Igreja Evangélica Assembleia de Deus
Congregação: Vila Margarida
Rua André Moro, 42 - Águas Belas, São José dos Pinhais/PR

